sábado, 30 de abril de 2011

O retorno...



Era eu entre aspas. Sugada pelo susto para dentro do mudo retrato... Recolhendo despedidas com os dedos.
Eram os minutos desmaiando sua lâmina afiada pelos meus pensamentos plantados em algum lugar no chão, fatiando a memória como se eu tropeçasse no pretérito de minhas anêmicas lembranças.
Era eu flutuando no ar feito partículas dissipadas sobre o instante...
Era meu coração recortado... Como se fosse apenas uma silhueta vazada por onde o vento cortava caminho. Era eu página virada. E os pingos de chuva franzindo a imagem pintada nas poças dos meus olhos. Era eu chutando sonhos esfumaçados que brotavam do asfalto quente...
Por dentro, o eco. O retumbar fugidio de quem viveu de palavras e as recebeu nunca, que perdeu o paradeiro de uma caneta seca de nada sentir e sentia enfim... Era a alegria tumultuada de quem sorri como uma borboleta que se entrega sem resistência ao abraço do vento, salva da neutralidade ou de qualquer sentimento rasurado.
Eram as palavras escapulindo afoitas do meu peito. Logo eu, a mulher mais fraca que já conheci, que espiava fantasmas escondida por dentro dos olhos, agora arrancando letras soltas do meu piano de contar. Era eu, aureolada pelo verbo que dependurava em linhas eternas as sensações de apenas um segundo. A visão, este conto contado pelos olhos. Foi demais para mim.
Pois há esta desmesurável chance em minha escrita. Esta contradição que rompe com flores o véu do silêncio.
Era eu sem mais temer a descontinuidade das coisas.
A cada palavra que se completava no papel, um pedaço que faltava, colava-se novamente ao coração.


Quando a dor se aproxima
fazendo eu perder a calma
passo uma esponja de rima
nos ferimentos da alma.
O espetáculo não pode parar...
 
Cordel do Fogo Encantado



Texto de Zizi - Blog Um toque de vida

Tudo vai melhorar...

 
 
"Carregamos por dentro todos nossos desejos e sonhos... E é tudo tão lindo e carregado de esperanças...
Acho que é isso que tenho precisado mesmo: de esperança, de calma, paz, tranquilidade, perseverança e fé de que as coisas vão melhorar, melhorar, melhorar..."
 
By Flor



Wedding Tickers

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Deixa molhar...


"Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz,
Sentirá o ar sem se mexer,
Sem desejar como antes sempre quis,
Você vai rir... sem perceber,
Felicidade é só questão de ser,
Quando chover... deixa molhar,
Pra receber o sol quando voltar.

Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz,
Se chorar, chorar será vão,
Porque os dias vão pra nunca mais...
Melhor viver, meu bem,

Pois há um lugar em que o sol brilha pra você,
Chorar, sorrir também e depois dançar na chuva
Quando a chuva vem.

Tem vez que as coisas pesam mais
Do que a gente acha que pode aguentar,
Nessa hora fique firme pois tudo isso logo vai passar,
Você vai rir, sem perceber,
Felicidade é só questão de ser,
Quando chover deixa molhar, pra receber o sol quando voltar."


Marcelo Jeneci



quinta-feira, 28 de abril de 2011

Não acontece mais...

 
É tão tocante e bonito quando você liga para dizer "aconteceu algo hoje que me deixou triste" ou "não estou me sentindo bem" ou "preciso de carinho e atenção" e do outro lado ouve um "me espera que estou chegando para te dar um abraço". Pena que coisas bonitas assim não acontecem mais!
 
 
By Flor



Wedding Tickers

terça-feira, 26 de abril de 2011

Resultado Inútil...


"É por isso e talvez por mais algumas coisas que não tem nada aqui dentro. Porque todo o sentimento que faz bem só existe pros outros, pros bonitos, pros inocentes, pros que se deixam levar e são felizes desse jeito. Eu não. Sou artista, sou mentira, sou intensidade. Não consigo aceitar pouco. Tem gente que vive de jogos porque rebaixa o amor à adrenalina, porque acha que o pressuposto dos relacionamentos é sofrer. Eu não sou assim. Não gosto de solidão a dois.Eu tenho tentado, inutilmente, ser melhor. Me perdi no caminho e não posso voltar ao que era, tampouco posso parar de seguir em frente. Então deve haver uma maneira de evoluir sem perder o direito de sentir. Crescer sem perder a esperança nas pessoas. E aprender isso sozinha é triste: torna todo o resultado inútil."

Verônica H.


segunda-feira, 25 de abril de 2011

É uma opção de escolha...


O coração anda no compasso que pode. Amores não sabem esperar o dia amanhecer. O exemplo é simples. O filho que chora tem a certeza de que a mãe velará seu sono. A vida é pequena, mas tão grande nestes espaços que aos cuidados pertencem. Joelhos esfolados são representações das dores do mundo. A mãe sabe disso. O filho, não. Aprenderá mais tarde, quando pela força do tempo que nos leva, ele precisará cuidar dos joelhos dos seus pequenos. O ciclo da história nos direciona para que não nos percamos das funções. São as regras da vida. E o melhor é obedecê-las. Tenho pensado muito no valor dos pequenos gestos e suas repercussões. Não há mágica que possa nos salvar do absurdo. O jeito é descobrir esta migalha de vida que sob as realidades insiste em permanecer. São exercícios simples... Retire a poeira de um móvel e o mundo ficará mais limpo por causa de você. É sensato pensar assim. Destrua o poder de uma calúnia, vedando a boca que tem ânsia de dizer o que a cabeça ainda não sabe, e alguém deixará de sofrer por causa de seu silêncio. Nestas estradas de tantos rostos desconhecidos é sempre bom que deixemos um espaço reservado para a calma. Preconceitos são filhos de nossos olhares apressados. O melhor é ir devagar. Que cada um cuide do que vê. Que cada um cuide do que diz. A razão é simples: o Reino de Deus pode começar ou terminar, na palavra que escolhemos dizer. É simples...


Padre Fábio de Melo


domingo, 24 de abril de 2011

Feliz Páscoa!!!

 
Páscoa nos remete a ajudar mais gente a ser gente, é viver em constante libertação, é crer na vida que vence a morte.
Páscoa é renascimento, é recomeço, é uma nova chance pra gente melhorar as coisas que não gostamos em nós. Para sermos mais felizes por nos conhecermos.
Páscoa é dizer sim ao amor e a vida, é investir na fraternidade, é lutar por um mundo melhor, é vivenciar a solidariedade.
 
Feliz Páscoa à todos!!
 
 
By Flor



Wedding Tickers

sábado, 23 de abril de 2011

Algumas verdades...



Sincera

Perfeito seria
o seu presente
se o laço (des)feito,
carinhosamente,
revelasse completa
ausência de falhas,
mas prefiro dar
ao homem que amo
a mulher que sou
quando cai a toalha...



Master Class
 
Se ser teu par
não é o destino
dos meus passos repetidos
no restrito espaço da sala
- falso infinito espelhado -
paro no meio do giro,
antes que pare
o vestido...


Herança

As horas vividas
entre paredes,
(entre parênteses),
vívidas na memória,
não mudaram o enredo
da história,
mas serão para sempre
- e sem preço -
nossas intangíveis posses...


Maria Borges


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Recomecemos...



Como quem refaz o auto da criação do mundo,
recomecemos a escuridão
o evidente coração do tempo,
o que sobra da pedra escura que lateja no peito
por dentro, tosca circunferência
medida, lapso, o declinado compasso
da sobeja luz, a divisão
e abreviada história de cada movimento meu,
que recomeço em cada passo, firme
de cada guardada fria sombra da nascente,
o arco quebrado em mapa das estrelas
cadentes, traços e eclipses do tempo primeiro,
este acontecido momento.

Entretanto, recomecemos
o grão da terra que tarda,
a brasa do astro que arde
a força do átomo, da sede por água
a partícula da tormenta, e no tanto
que nenhuma brisa nos perturbe
e recomecemos,
o mundo, pouco mais.

E como quem é capaz de inventar uma velha nuvem,
o trapo e arca de todo o céu,
queimemos o incenso, tomemos das cartas
as leituras do inacabado poema,
o lapso de tempo necessário
para que o coração continue
o incessante trabalho de viver,
o abreviado pulso de cada pouco momento.

No nosso desabrigo coronário
nesta terra imensa,
neste dia que se reinventa, possamos
recomeçando o cada passo, tão conciso
e secreto, tão pequeno
como a sombra matinal
que aguarda a noite tardia,
a anotação da estrela que se condiz nas tantas pontas
como as que nos haverão de guiar,
e que nenhuma letra cicatriz nos perturbe.

Por suficiente guardemos
da rouca voz, a matriz da página em branco
e da lua,
o luar e pouco mais.

Recomecemos
como céu e terra quase iguais
o corpo e vento, traço profundo
no tanto corpo ponto cardeal,
por finita evocação o esboço dos montes do mar.

Como frágil mão que nortes inventa,
e por dentro, tida por imperfeita ciência
no rudimentar dia puro que por refeito
façamos do coração evidência, essencial pulsação
e recomecemos
como quem refaz o auto evidente,
o livro primeiro da explicação, o claro manual
de exercícios do mundo, a rascunhada folha de papel
onde são os dias sempre iguais.

Recomecemos,
apenas,
a travessia, e em segredo
a manhã, o todo o tempo,
o mundo e pouco mais.
 
 
Leonardo B.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ponte Sólida...

 
 
Ultimamente tenho tentado construir pontes mais sólidas para facilitar o acesso das pessoas para o meu lado de cá... Não posso viver no isolamento por causa da proteção que julgo muito importante, às vezes é preciso arriscar, conhecer novas experiências e trocar muitas delas...
Tenho estado mais afável, nada exagerado, mas tenho mesmo é sentido a necessidade de me "mostrar" na claridade onde em tantas e tantas oportunidades escolhi o escuro e silêncio da minha alma.
Auto proteção vale muito, porém, todo e qualquer excesso faz mal à saúde e o que mais preciso no momento é vida e companhia!
 
 
By Flor
 


Wedding Tickers

terça-feira, 19 de abril de 2011

Fragmentos...



A vida é feita de fragmentos… pedaços de existência, de lembranças, de gestos, de sins e nãos, de começos e fins. Cada história pessoal é a história da humanidade inteira contada a partir de um ponto de vista. Experiências plurais vividas de maneira singular, única, particular.
E a mecânica da vida se repete. A constância dos movimentos constrói a rotina. No tic-tac do relógio, a espera pelo que já foi ontem e será amanhã e no outro dia e no outro e no outro, se repetindo… e de novo, outra vez…
A inconsciência do gesto constrói a redoma que aprisiona o pensamento, o questionamento, a dúvida, a reflexão. E o cotidiano se enche de tédio. Onde está a alegria? Onde está? Onde está o gozo, o prazer, em meio a essa agonia que é viver?
A vida é só nascimento e morte? Viver é inflar os pulmões e contrair os músculos? Ou é mais que isso?
Viver, na verdade, é tirar a vida para dançar. É perguntar, é descobrir, é ser. E cada questão é um passo para a consciência de quem sou eu. Mas quem eu sou se, ao me olhar, encontro medo e trauma?
É preciso nascer. Abandonar o conforto do últero para se lançar na escuridão que a luz provoca. Respirar, vencer a asfixia do pensamento. Deixar soprar vento novo em minhas entranhas. Fazer explodir em vida o meu morrer de cada dia.
Ainda que não queiram ver, sou o que sou. Virá à tona a verdade que manipulam e tentam esconder… ainda que não queiram ver. Serão cegos sozinhos, pois que minha história, em fragmentos, se reagrupa na memória do que sou. A linha do tempo, que perpassa meus sentidos, costura os retalhos da minha existência, corrige as fendas da minha vida. Sim, sou eu, posso me reconhecer nessa criança, que a passos lentos se aproxima de si mesmo.
Como num quebra-cabeças, vou juntando peças, reunindo detalhes de mim mesmo, perdendo-me e encontrando-me no mural de fotos das minhas lembranças. E nessa dança, passado e presente se encontram, se abraçam, se contorcem em movimentos cálidos.
E tudo faz sentido quando o sentido não sou eu, quando o barro se rende e aquilo que sou vira vaso nas mãos do Oleiro. Quando o artesão da vida vai tecendo, fio a fio, a história humana, descubro que cada fragmento faz parte da mesma obra e que a minha vida também é parte da sua.


Alexandre Santos

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Poeira no pé...


 
 
Ops..os sapatos querem correr a estrada
 
mas ainda como uma brincadeira de estátua..
 
ainda..o tiro de largada não foi dado..
 
os pés e a poeira estacionadas no ar..
 
ali..um pé suspenso no vai e o outro no fica
 
assim os pés aderem ao sábio momento da espera..
 
Poeira no pé
 
de quem ficou e quer ir
 
de quem ainda tem um motivo pra ficar e ainda assim quer ir
 
de quem precisa mudar cursos
 
subir montanhas
 
escalar muros
 
atravessar pontes
 
até tropessar novos tropeços..
 
num horizonte e numa vertical
 
parada entre pernas que sustentam um corpo
 
é dada a largada que não larga e que ao mesmo tempo anda..
 
o coração de quem precisa seguir
 
o coração sangrado e lavado
 
tem confusão maior que essa ?
 
a pior delas seria estacionar o velho tempo que não sabe morrer
 
o tempo é vivo
 
ele sacode a poeira
 
ele vence até a morte
 
ele vence dores..
 
um pé é minuto e o outro é a hora
 
eu sou o relógio da corrida
 
e a bandeira da vitória é simplesmente seguir..
 
um dia de cada vez..

 
 
Christi...
 
 
 

domingo, 17 de abril de 2011

Deixe o futuro para depois, viva o agora!



A miopia da maioria das pessoas costuma espantar-me. Tenho muitos conhecidos que se sentem diariamente obcecados pela educação de seus filhos, qual o melhor jardim de infância, se devem preferir escolas particulares ou públicas, quais os melhores cursos pré-vestibulares, maximizando a importância das notas obtidas e das atividades extracurriculares de modo a conseguirem matricular o filho naquele colégio, naquela universidade, ad infinitum. Depois começam o mesmo ciclo em relação aos netos.
Essas pessoas acham que este mundo está imobilizado no tempo e que o futuro será uma reprodução do presente.
Se continuarmos a derrubar as nossas florestas e destruir as nossas fontes de oxigênio, o que essas crianças estarão respirando daqui a vinte ou trinta anos? Se envenenarmos nossos sistemas hidráulicos e nossos ciclos de alimentos, o que elas irão comer? Se continuarmos cegamente a produzir fluorcarbonetos e outros detritos orgânicos e a destruir a camada de ozônio, poderão elas viver ao ar livre? Se superaquecermos o planeta mediante algum efeito estufa, fazendo subir o nível dos oceanos, e inundarmos as nossas praias e exercermos pressão excessiva sobre as falhas oceânicas e continentais, onde elas irão viver? E os filhos e netos, na China, na África, na Austrália e no resto do mundo, serão igualmente vulneráveis, pois também vivem neste planeta. Convém pensar nisto: se e quando reencarnarmos, seremos uma dessas crianças.
Portanto, por que toda essa preocupação com vestibulares e universidades quando talvez não exista um mundo para os nossos descendentes?
Por que essa obsessão com o prolongamento da vida? Por que desejar fazer estender nosso fim geriátrico por mais alguns anos infelizes? Por que a preocupação com níveis de colesterol, dietas de trigo integral, contagem de lipídios e exercícios aeróbicos?
Não será mais sensato viver com alegria agora, tornar mais plenos os nossos dias, amarmos e sermos amados, do que nos preocuparmos tanto com nossa saúde física em um futuro incerto? E se não houver um futuro? E se a morte for a nossa libertação para a felicidade?
Não estou dizendo que devemos desprezar o corpo, que seja certo fumar ou beber excessivamente, usar substâncias abusivas ou ficarmos grosseiramente obesos. Essas condições nos causam dor, sofrimento e incapacidade. Mas não se preocupem tanto com o futuro. Tratem de encontrar a felicidade hoje.
A ironia de tudo isso é que, se adotarmos essa atitude e procurarmos ser felizes no presente, provavelmente viveremos mais tempo.
O nosso corpo e a nossa alma são como um carro e o seu motorista. Lembre-se sempre de que você é o motorista, não o carro. Não se identifique com o seu veículo. A ênfase de hoje em prolongar a duração da vida, em viver até os 100 anos de idade ou mais, é loucura. É como continuar a usar seu Ford antigo além dos trezentos mil ou dos quinhentos mil quilômetros. A carroceria do carro está enferrujando, a transmissão já foi reformada cinco vezes, as peças do motor estão caindo, e você insiste em não abandonar o carro. Enquanto isso, há um Mustang novo em folha esperando por você, bem perto de você. Basta-lhe sair do carro velho e entrar nesse belo Mustang. O motorista, a alma, nunca muda. Somente o carro.
E quem sabe se existe uma reluzente Ferrari esperando por você em algum ponto da estrada?

É preciso saber aproveitar cada momento, porque, como disse John Lennon, a vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro.



Cirilo Veloso Moraes


sábado, 16 de abril de 2011

Mudança de estação...



Não percebi a chegada do outono. Mas eu sentia que estava embarcando numa nova estação: todas as árvores que (não) plantei, de repente, estavam nuas. E eu caminhava num tapete de folhas e flores. Os caminhos também se estreitaram e tive uma sucessão de perdas, ou melhor, tive uma sucessão de trocas. E assim, como toda pessoa que tem um coração pulsando, fiquei assustada demais com as mudanças. Mas agora já consigo perceber beleza na nudez de cada uma das minhas árvores prediletas. Elas apenas estão trocando de roupa enquanto eu troco de pele, tamanha cumplicidade. Então, quando bate a ansiedade e meu coração taquicardíaco começa a doer, ponho a mão nele e digo a mim mesma: “Obrigada por, pelo menos, poder sentir que não estou sozinha”. Porque eu não perdi uma estação, eu perdi a mim mesma e agora me sinto como um prédio que foi demolido e está sendo reconstruído, tijolo a tijolo novamente. E esse processo é muito difícil, mas acho também a experiência mais bonita que uma pessoa possa vivenciar. Toda reforma, é para fazer melhoras e, algumas coisas, por não poderem ser recuperadas, terão de ser substituídas. E a gente se apega demais a tudo. Pois estou tão disposta às reformas, mesmo que isso inclua marretadas no meu coração logo pela manhã, bem cedo. A gente, quando enjoa da dor, começa a ressignificar os acontecimentos, e percebe que se agarrar a um momento bom, acelera o processo de cura. Tenho tido bons momentos e todos os dias Deus me dá uma alegria que ameniza qualquer desespero. Mas há tempos eu não consigo gargalhar. Eu que sempre tive isto como minha maior característica.
 Paciência deve ser o meu aprendizado agora...Aceito e agradeço.



Marla de Queiroz


sexta-feira, 15 de abril de 2011

E tudo está virando pó...



E tudo de repente pára quando o cheiro já não arrepia e aguça os sentidos... Quando a voz ao pé do ouvido não desperta o furacão... Resta apenas o vazio e o amontoado de cinzas a irritar o nariz.
Sem carinhos, sem surpresas, sem poemas, sem loucuras, sem sabor...
As cinzas hoje incomodam quando reviradas na esperança de manter a última ponta de faísca acessa para aquecer nosso inverno da alma... As cinzas coitadas, mal se lembram do dia em foram chama, que queimavam, que ardiam...
O vento está levando cada vez mais um pouco da poeira que restou, o frio entra pelas frestas e vai espalhando tudo, vai deixando pó queimado de fraturas cominutivas que machucaram o coração... O que queimava agora é só poeira...
Tudo se foi, a luz, o calor e o pouco que resta do pó o vento vai levando... Acho que de maneira irreversível estamos a nos espalhar, pedaços de dor aqui e ali... Talvez inútil tentar juntá-los...
Enquanto ainda resta cinzas, os dias continuam enormes, os sonhos ficam flutuantes e sujos da poeira que sobe... Parece mesmice de todo dia... Nada muda, nada acontece enquanto permanecer com este pó sujando a luz da minha alma!

By Flor




Wedding Tickers

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Renove-se



Abra essa cabeça e mostre o que você é em essência.

Não se esconda por trás de uma carcaça hipócrita porque contradições surgirão sem que você perceba.
Abra os braços para si.
Desça desse salto, coloque os pés no chão e sinta-o, perceba que é tão instável quanto a vida.
Erga a cabeça diante do espelho, olhe nos seus olhos, apareça para si e não tenha medo.
Encare o próximo para dar início à tentativa de quebrar as barreiras que fazem de você melhor que o outro porque no fundo não é.
Mude de canal, veja as coisas por outra perspectiva.
Desaprenda o "copia e cola" e crie, reinvente, vire o que existe por aí ao avesso porque estamos um tanto fartos de reproduções.
Agregue um valor para si.
Mas e quanto aos outros (?)
Serão sempre só os outros, portanto, seja mais você, aproveite melhor a sua própria companhia.
E não precise de ninguém para ser fielmente satisfeita com o rumo da sua vida.
Renove-se!


Jucosfer

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Fragmentos...



 
 
Minha melhor parte é doce,
Namorada, carinhosa,
Gosta de dengo, gosta de sol,
Faz beicinho e sorri.
Minha melhor parte é cruel,
Usa e abusa, sem piedade,
Gosta de superar, gosta de brilho,
Faz sofrer e chorar.
Minha melhor parte é feliz,
Dedicada, amiga,
Gosta de cinema e sorvete,
Faz charminho e aconchego.
Minha melhor parte é livre,
Passarinho, peixinho do mar,
Gosta de chuva e de mato molhado,
Faz amor e faz amar.
Minha melhor parte é felina,
Sensual e arisca,
Gosta de cheiros e sabores,
Faz sexo e goza.
Minha melhor parte é criança,
Carente de colo e afago,
Gosta de chocolate e cocada,
Faz bolinha de sabão e estoura no ar.
Minha melhor parte é escondida,
Arredia, acuada,
Gosta de música e paz,
Faz gênero e máscara.
Minha melhor parte já foi,
Estudante, menina,
De ler e de rir,
Bagunça, arte, chopp.
Minha melhor parte é agora,
Mulher, segura,
Gosta de cantar e dançar,
Exibe sua forma e sua luz,
E traz consigo toda a verdade
De ser todas.
 
 
Lilian Maial 
 
 
 

terça-feira, 12 de abril de 2011

A fortaleza de um homem...



 
 
A fortaleza de um homem não está na largura de seus ombros...

Está no tamanho de seus braços quando abraçam.


A fortaleza de um homem, não está na profundeza de sua voz…

Está na gentileza em que usa suas palavras.


A fortaleza de um homem, não está na quantidade de amigos que tem…

Está no bom amigo que pode ser para seus filhos.


A fortaleza de um homem, não está na quantidade de cabelos que há em seu peito…

Está em seu coração.


A fortaleza de um homem, não está no golpe duro em que pode dar…

Está nos cuidados de suas carícias.


A fortaleza de um homem, não está no peso em que pode levantar...

Está na carga em que pode carregar nas costas.


A fortaleza de um homem, não está na quantidade de mulheres que já amou…

Está em poder ser verdadeiramente de uma só mulher...



Roy Lacerda
 
 
 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A nossa distância...



 
O que nos separa
Não é o espaço físico
A nossa distância
Acontece exatamente
Diante da nossa proximidade
É exatamente ali
Quando o nosso silêncio
A escassez das nossas palavras
A falta dos olhos nos olhos
E a impossibilidade de carinhos acontece
Que temos a prova de como estamos distantes
Tão longe
E somos até capazes
De nos perdermos um do outro
Mesmo estando lado a lado
A nossa distância
Não está na separação dos nossos corpos
Mora é na longitude das nossas almas.


Silvana Duboc
 
 
 

domingo, 10 de abril de 2011

Um pouco de Paulo Coelho...

 


 
 
Uma coisa é você achar que está no caminho certo,
outra é achar que o seu caminho é o único.
Nunca podemos julgar a vida dos outros,
porque cada um sabe da sua própria dor e renúncia...
 
 
Paulo Coelho
 
 

sábado, 9 de abril de 2011

Alguma tristeza...



Este silêncio é assustador. Não porque talvez ele não seja necessário, mas porque mesmo sendo necessário, ele machuca. E ando muito ferida pra suportar um pouco mais de dor. Então eu queria que alguém me dissesse que vai ficar tudo bem, sabe? Porque esta incerteza toda tem me desnorteado demais. E uma ansiedade aguda toma conta de mim minuto a minuto.E ainda há a saudade.E mesmo que as previsões sejam positivas, tudo ainda me parece tão longínquo!E estou com pressa, e sede e fomes demais. Percebe como minhas palavras estão respirando com dificuldade? Então eu te peço pra não me deixar tão sozinha assim nesta fase. Mesmo que haja sol e as ondas vão e venham incansavelmente me lembrando do movimento da vida, a sua voz me faz tanta falta quanto uma brisa. Não que tenha me faltado companhia, mas em algum momento o abraço termina porque as pessoas têm as suas vidas. E ainda, o barulho das cidades têm me incomodado tanto quanto este silêncio denso. Então eu fico sem saber pra onde ir. E fico tão sonolenta e encolhida no meu canto até que alguém venha me abraçar novamente. E às vezes esse socorro demora tanto por causa da minha necessidade sempre tão urgente de tudo. De paz. Por não querer sufocar ninguém, fico aqui, sufocada.
Só estou te dizendo estas coisas porque acho estranho você não ter a menor curiosidade em saber como tenho me sentido. Depois de tudo. Porque não existe um segundo sequer em que eu não pense e queira saber e deseje que você esteja bem. Só isso.


Marla de Queiroz


sexta-feira, 8 de abril de 2011

Hoje e não Amanhã...



Prefiro que partilhes comigo uns poucos minutos, agora que estou vivo, e não uma noite inteira, quando eu morrrer. Prefiro que apertes suavemente a minha mão agora que estou vivo, e não apoies o teu corpo sobre mim, quando eu morrer. Prefiro que faças uma só chamada agora que estou vivo, e não faças uma inesperada viagem, quando eu morrer. Prefiro que me ofereças uma só flor agora que estou vivo, e não me envies um formoso ramo, quando eu morrer. Prefiro que elevemos ao céu uma oração agora que estou vivo, e não uma missa cantada e celebrada quando eu morrer. Prefiro que me digas umas palavras de alento agora que estou vivo, e não um dilacerante poema, quando eu morrer. Prefiro escutar um só acorde de guitarra agora que estou vivo, e não uma comovedora serenata quando eu morrer. Prefiro que me dediques uma leve prece agora que estou vivo, e não um político epitáfio sobre a minha tumba quando eu morrer. Prefiro desfrutar de todos os mínimos detalhes agora que estou vivo, e não de grandes manifestações quando eu morrer. Prefiro escutar-te um pouco nervosa dizendo o que sentes por mim agora que estou vivo, e não um grande lamento porque não o disseste a tempo, e agora estou morto. Aproveitemos os nossos seres queridos, agora que estão entre nós.

Por Roy Lacerda


Em LUTO pela tragédia acontecida no RJ em Realengo... Quantas crianças naquela manhã sairam de encontro com a morte e nem sequer se despediram de seus pais...
Vale ressaltar a importância de demonstrar no presente, nunca sabemos quando perderemos alguém querido!




quinta-feira, 7 de abril de 2011

O doce e o veneno...



Já estava angustiada demais
Sufocada de palavras doces e envenenadas
Cheia de sentimentos mal expressados
Com sede de muito mais
O que preciso nunca vais me dar
O que sonho é abstrato demais pra se realizar
Sinto falta de abraços
To farta de sorrisos e palavras doces
Vamos envenenar tudo logo de uma vez
Deixa pra La tudo que se passa ao nosso redor
Deixa tudo que se va
Para pra pensar só um pouco mais
Não é justo maltratar um coração já cicatrizado
Fingir ser bom é fácil
Dificil é mostrar o potencial
Chega de tanto saculejo
Chega de coisas mal resolvidas
Sonhar é assim mesmo
Acaba
Na hora de despertar a gente se vê no que é real
A gente sofre, mas faz passar
E acorda pra não se enganar
De que adianta?
E ai chorar já não faz mais aliviar
Prefiro falar
Troco as palvras doces, por venenos exóticos
Melhor assim
Morrer envenenada do que afogada
Na embriagues e não ser amada!

 
Kanaan - Blog Eutimia as avessas
 
 
 

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Meus passos...



Treinei meus passos com a ajuda de outros braços..

as passadas eram inconstantes, tropeçava e caía

o hábito de fazer o mesmo caminho.. acabava levando à inércia

Depois de um tempo não aguentava trilhar o mesmo rumo

soltei meus braços de quem me segurava e fui indo..

caía, tropeçava, voltava ao mesmo caminho lá atrás..

mas continuava tentando firmar.. os tais dos passos

pés muitas vezes inseguros, voltavam aos mesmos tombos..

a sola dos pés começavam a ficar mais firmes

o relógio começava então a andar segundo o seu tempo..

a música passava a dançar no ritmo correto..

mas e aí, parou de tropeçar e cair ? precisou de braços novamente ?

de braços precisamos sempre quando pensamos que estamos sós.

e muitas das vezes transparentes são..do ajudador de nossas almas..

simplesmente somos tocados na ponta dos dedos..

os pés eles tem curvas e linhas muito pessoais..

se eu não caísse, eu não saberia o valor da firmeza

se eu não tivesse tropeçado, eu não conheceria a humildade

só sei que escrevo assim, no descalço de mim, as linhas das minhas páginas..

a ponta dos dedos viram lápis a desenhar meu mapa

e deixo de ter pés de criança quando consigo caminhar

marcando meus pés no chão..


Christi


terça-feira, 5 de abril de 2011

Próxima etapa!


O que acho que aconteceu é que num processo lento, eis minha epifania: quem era eu na sua vida, na minha vida, na nossa história? O que tinha restado de mim depois de viver tão imersa e imensamente o nosso encontro? E onde eu caberia nos seus planos do “eu vou fazer, eu vou realizar, eu vou conseguir, eu vou viajar”? E o que EU imaginava pro meu futuro que não conjugava para “nós em laços”? Simplesmente eu passei a morar no teu abraço e, depois de algum tempo, seus braços me acorrentaram e eu sufoquei minha respiração no travesseiro, noite após noite para que dormíssemos juntos na posição mais confortável pra você. Nunca pensei que alguém pudesse perder a própria identidade em tantas sutilezas. Deixei minha solidão de lado pra me sentir desacompanhada por mim mesma, ao seu lado.

Ainda vivemos um namoro. Nada foi formalmente terminado. Mas um tempo de nós acabou. Uma fase menor precisa crescer. E amores grandiosos demais precisam de um mínimo de maturidade pra sobreviver.

Que assim seja!

Marla de Queiroz


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